domingo, 9 de agosto de 2009

Cotidiano


Ah, às vezes é preciso muito mais do que segurança.
Às vezes é preciso medo e tentação.
É preciso sangrar, brigar, bater e apanhar...
Ir até o limite.
Se atirar do precipicio.
É preciso tomar um porre e levar um tapa na cara.
Correr o mais rápido que se pode.
Sonhar alto e cair de cara no chão.
Chorar e gargalhar histericamente.
É preciso sentir o frio que faz a pele doer.
O calor que marca, e faz até os ossos queimarem.
É preciso frio na espinha e vergonha exposta.
Dizer o que se quer sem medo da resposta.
Acelerar de encontro ao muro, dar perda total.
É preciso sair de órbita e se entorpecer.
Algumas vezes é preciso se perder.
É preciso tudo isso para se sentir vivo.
Para sair dessa inércia de vidinha pacata e sem gosto.
Às vezes é preciso exagerar na dose e ultrapassar barreiras.
É preciso ir a extremos, apenas para poder voltar a vidinha doce e rotineira .
Até começar tudo outra vez...







Satine

sábado, 8 de agosto de 2009

Fim.


Se você me perguntasse agora, eu diria que não.
Se você me olhasse agora, eu olharia para o outro lado.
Se você viesse até mim agora, eu correria em outra direção.
Eu te evitaria, e repetiria que não!
Eu mudaria de casa, de nome, me transformaria em outra pessoa.
Faria qualquer coisa pra não precisar te conhecer.
Tudo isso porque depois de te conhecer nada mais foi o mesmo.
E sem você tudo perdeu o valor.
Antes de você eu tinha paixão pela vida e por tudo o que ela podia me trazer.
Eu amava as pessoas que eu ainda ia conhecer.
Agora tudo que eu amei já não é mais tão interessante.
Todas as minhas paixões deixaram de ser tão brilhantes.
Depois de você nada mais foi igual, pelo simples fato de que tudo é você.
E se eu não te tenho mais comigo, como posso ver brilho e cor no que sobrou?
Porque tudo que eu tenho hoje são apenas sobras.
Restos, cacos e retalhos de quem um dia eu fui.
Da vida que um dia eu tive.
Do amor que eu ainda tenho, e com o qual terei de aprender a conviver...






Para minha grande amiga Nanda.
Nanda, não se esqueça que nós estaremos sempre aqui pra te ajudar a juntar todos os caquinhos...







Satine

domingo, 2 de agosto de 2009

Dois Lados


Por que, em certos momentos, insistimos em não ver a realidade?
Por que nos forçamos a fingir que está tudo bem, e que estamos felizes?
Se na verdade não estamos felizes, e não está tudo bem.
Eu sempre disse que jamais faria isso, e hoje me vejo fazendo exatamente o que sempre condenei.
Por que não jogar tudo pro alto?
Eu sempre fui alguém que gosta de extremos, e hoje me vejo totalmente no meio termo.
Será que me tornei uma covarde?
Será que isso é algum tipo de auto-sabotagem?
Ou será que estou apenas confortável? E apesar de não estar satisfeita, estou tão acostumada que já não consigo fazer nada para mudar?
Me sinto tão cansada. Parece que todos os dias são iguais...
Isso sem falar no destino, que é extremamente sarcástico. Tudo que eu sou hoje, é tudo que me fazia mal antes. Todas as coisas que eu odiava ouvir, são as coisas que me ouço dizendo hoje.
E claro, também hoje percebo que muitas coisas que fiz e disse a certas pessoas foram cruéis e ridículas.
Você só sabe o quanto uma situação é difícil quando você passa por ela.
E eu sinto muito por todas as vezes em que fui uma idiota com quem não merecia.
Eu digo isso a mim mesma todos os dias, na esperança de que o reconhecimento de tudo de errado faça com que esse carma termine. Porque eu já não aguento mais.
Eu sei que tudo isso deve estar confuso e sem o menor sentido, mas as pessoas certas entenderão.
Enfim, se existe algo bom em todas as situações que passei até agora, deve ser o fato de que finalmente vejo as coisas por um outro ângulo, e com certeza, não repetirei os mesmos erros no futuro.




Satine