quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Errante


Ah, se você pudesse me ver agora...
Se pudesse ver em quem me transformei.
Se pudesse ver que me transformei em você.
Agindo da forma que você sempre agiu. Dizendo as coisas que você me dizia, e eu detestava...
Ah, se você pudesse ver que dentro de mim existe muito de você.
Muito mais do que eu gostaria.
E se você soubesse o quanto já tentei te expulsar, te exorcizar...
Mas simplesmente você acaba sendo mais forte do que eu.
Ou então sou eu mesma lutando para não te deixar ir embora.
Ah, se você pudesse ver como hoje nada mais tem grande importância.
Se pudesse notar como perdi a habilidade de gostar de alguém de verdade.
Parece que depois de você essa parte de mim morreu, ou atrofiou...
Como se fosse um músculo que já não consigo mais usar.
Talvez esse músculo se chame coração.
Errante, burro, cego coração...
Que insiste em bater mais rápido a cada vez que penso em você.
Ah, se você pudesse me ver agora...
Quem dera você pudesse sentir.





Satine