quinta-feira, 11 de junho de 2009

Drink me...


Às vezes me pego com grandes ressacas morais, cheia dessa loucura que corre pelas veias, que me deixa frenética, imprevisível.
No instante seguinte, já estou mergulhando no tédio que chega a doer nos ossos.
Sinto essa falta de sei-la-o-quê, e mergulho na inércia que é capaz de me levar com ela por horas a fio.
Engraçado como o frenesi não dura quase nada, enquanto a depressão parece ser eterna.
As cortinas se levantam e mais uma vez saímos por aí, para interpretar os papéis que escolhemos para aquela noite.
Esperamos que as luzes se acendam e venham os aplausos, mas tudo que ouvimos é o silêncio de tudo que está ao nosso redor.
Frio, frio na espinha, na pele, nos ossos, no sangue.
Assim nos contentamos em aplaudir a nós mesmos.
Fingimos ser importantes, inteligentes, lindos, desejados...
Somos decadentes, isso sim!
O nosso trash se transforma em glam aos olhos dos outros.
A nossa falta de comprometimento atrai, e nossas piadas já manjadas e nosso sarcasmo peculiar faz com que se apaixonem.
Pobre coitado de quem acredita na nossa farsa de pequenos burgueses, revoltados com ou sem causa.
Mas no final das contas, as causas não importam quando o copo chega até nossa mesa; quando acendemos um cigarro, tudo o que era relevante se torna piada...
Nós vamos ser sempre assim?
Satine